Além de Ouro Preto, BH também guarda curiosidades da Inconfidência

Além de Ouro Preto, BH também guarda curiosidades da Inconfidência

Retrato de Tiradentes como militar faz parte de acervo do Arquivo Público Mineiro (Foto: Acervo Arquivo Público Mineiro/Reprodução)

Um relógio de bolso, banhado a prata, marcado com as iniciais J. J. S. X. e datado de 23 de fevereiro de 1780, está exposto no Museu Mineiro, no bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

De acordo com historiadores, as letras abreviam o nome de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, enforcado há exatos 227 anos, apontado como um dos líderes da Inconfidência Mineira, movimento realizado em Vila Rica (hoje Ouro Preto) contra o domínio da Coroa Portuguesa.

Relógio de bolso de Tiradentes está exposto em museu de BH (Foto: Oswaldo Afonso/Imprensa MG)Relógio de bolso de Tiradentes está
exposto em museu de BH
(Foto: Oswaldo Afonso/Imprensa MG)

O objeto é um dos itens dos inconfidentes que pode ser apreciado de graça pelo público da capital. No Arquivo Público Mineiro (APM), também no bairro Funcionários, há contracheques que registram a quantia que o alferes recebeu nos anos de 1781 e 1782 do império português. O valor era 72 mil réis por trimestre, considerado alto pelos historiadores.

“O acervo é um contraponto ao que muitas vezes mostra-se sobre Tiradentes, como um homem da contracultura com uma grande barba e longos cabelos”, disse o diretor de arquivos permanentes do APM, Denis Soares da Silva.

No local também há uma carta de Bárbara Heliodora, mulher do inconfidente Alvarenga Peixoto (preso e deportado para Angola, onde morreu), escrita ao contratador da Real Fazenda, João Rodrigues de Macedo. No texto, escrito no dia 18 de fevereiro de 1795, ela mostra desespero porque teve os bens confiscados pela coroa.

“Eu não tenho outro abrigo, e que será de mim? E de meus tristes filhos se nos faltar a sua proteção. É isso o que basta para a nossa total ruína, eu por mim só. Nada, nada me afligiria porque depois de perder meu marido, e que marido, e por um modo tão lastimoso, não quero senão chorar toda vida”. De acordo com o Arquivo Público Mineiro, a carta é indício de uma negociação que culminou com a devolução dos bens da família à Bárbara.

Outra curiosidade da Inconfidência “escondida” em Belo Horizonte, é uma carta escrita por Tiradentes ao rei de Portugal, exposta no Museu dos Militares Mineiros, na Rua dos Aimorés, nº 698. Nela, ele assina como “Alferes, o comandante do sertão”, o que indicaria uma posição de status de Xavier no comando da cavalaria de Vila Rica.

Retrato de Joquim Silvério dos Reis, apontado como traidor da Inconfidência (Foto: Acervo Arquivo Público Mineiro/Reprodução)Retrato de Joquim Silvério dos Reis, apontado como traidor da Inconfidência (Foto: Acervo Arquivo Público Mineiro/Reprodução)

Ouro Preto

Museu da Inconfidência de Ouro Preto (Foto: Humberto Trajano)Museu da Inconfidência de Ouro Preto
(Foto: Humberto Trajano)

Na cidade histórica de Ouro Preto, antiga Vila Rica, o Museu da Inconfidência, na Praça Tiradentes, abriga um dos acervos mais famosos do movimento.

São mais de quatro mil peças que registram como era a vida sociocultural mineira dos séculos XVIII e XIX.

Um dos destaques é o processo de julgamento dos inconfidentes, conhecido como Autos da Devassa. Uma das 72 peças contém a certidão da execução de Tiradentes.

Se não for possível visitar Ouro Preto, os Autos da Devassa podem ser conferidos na internet.

Serviço
Arquivo Público Mineiro
Avenida João Pinheiro, 372, Funcionários.

Museu Mineiro
Avenida João Pinheiro, 372, Funcionários.

Museu dos Militares Mineiros
Rua dos Aimorés, 698 - Funcionários.

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Tel. 619-537-8820

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